terça-feira, 2 de dezembro de 2025

ALCÂNTARA

 
ALCÂNTARA 
(José Neres)


Fonte da imagem: Arquivo do autor 


I - VOZES DO CHÃO 
(Para Dino Cavalcante)


Todas as pedras deste antigo chão
Guardam lembranças que não voltarão 
Guardam os sopros de revolto vento
Que se desdobram nas dobras do tempo.

Caso escutemos com muita atenção 
Os sons vindos de cada casarão 
Ouviremos mais que tristes lamentos
Ouviremos vozes e esquecimentos

Como se fossem uma lenda ou oração 
A lembrar Mãe Calu e a escravidão 
Passando por mais de dez mil tormentos

Revivendo todos os sofrimentos
Que hoje são cantados a voz e violão 
Com lágrimas que vêm do coração.


II - ECOS DAS RUINAS
(Para Paulo Melo Souza)

As lágrimas que vêm do coração 
Ecoaram muito mais que uma vez 
Nos versos do grande Agostinho Reis,
Em Chagas, Cassas e Raimunda Frazão 

Lopes, Lima e Viveiros foram talvez
Muito, muito além da especulação,
São todos fontes de investigação 
Para tanto estudo que já se fez

Seja na escola ou na pós-graduação.
A ecoar agora na multidão 
Tem a voz de Soares, mês a mês,

Entoando sempre em bom português 
A história de Alcântara em construção:
Um orgulho para toda a Nação.


III - FAROL DAS RUÍNAS
(Para Irinaldo Sobrinho)

Um orgulho para toda a Nação 
É nossa Alcântara muito amada
Que necessita de toda atenção 
E jamais pode ser abandonada.

Bem mais que ruínas de construção 
A Cidade é história a ser narrada
É abrigo em meio à desilusão 
É farol em plena noite nublada.

Alcântara é luz, é pura emoção,
É nossa história sendo coroada,
É o tempo dividindo a atenção.

Essa Alcântara, joia incrustada
Bem no seio do nosso Maranhão,
Tão linda, não pode ser maltratada.

3 comentários:

  1. Belos sonetos para a bela Alcântara! Parabéns!!

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  2. Professor, muito obrigado pela lembrança e pelo carinho! Viva Alcântara!!!

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  3. São as vozes que ecoam os lamentos do tempo e das ruínas que iluminam os ares da bela Alcântara do passado e do presente!
    Adriana de Jesus Silva.

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