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domingo, 2 de novembro de 2025

OS DESLIMITES DO COMPARTILHAMENTO

 Novos artigos de segunda #54

Fonte da imagem: Arquivo do autor


Reproduzo hoje um artigo meu publicado há alguns anos no Jornal O Estado do Maranhão. O texto é antigo, mas o assunto é atual.


OS DESLIMITES DO COMPARTILHAMENTO

José Neres

📵

 

Hoje em dia, por questão de gosto, de modismo ou mesmo de necessidade, milhões de pessoas acessam os diversos aplicativos de comunicação instantânea a fim de enviar e receber notícias, manterem-se informadas ou mesmo como forma de entretenimento.

Os aparelhos de telefonia móvel, popularmente conhecidos como celular, há muito deixaram de exercer sua função primeira, e a cada nova versão que chega ao mercado, recebem mais funções. Rapidamente tornaram-se produto de primeira necessidade para muitas pessoas que têm a seu alcance, em um mesmo objeto, prático e funcional, ao mesmo tempo, agenda, rádio, TV, calculadora, editores de texto, câmera fotográfica, rádio, cronômetro, relógio, conversores de dados e uma infinidade de funções que tornaram os aparelhos uma extensão da casa, do escritório e até mesmo da vida sentimental.

Essa multiplicidade de funções elevou essa aparentemente simples máquina à categoria de objetos inteligentes. porém isso também parece ter limitado um pouco mais a própria capacidade humana de discernir sobre o que é ou não permitido dentro das relações pessoais e profissionais.

De repente, diante de tanta tecnologia e de tantas possibilidades de superar as barreiras do tempo e do espaço, o homem se vê perdido dentro das próprias escolhas sobre o que pode ser ou não adequado dentro das relações sociais cada vez mais fluidas. Um desses dilemas se relaciona com os cada vez mais populares aplicativos que permitem interação de textos, áudios e imagens entre grupos restritos de usuários, os chamados grupos de comunicação, que geralmente são administrados por um ou vários membros desses grupos.

A ideia básica dessas comunidades é permitir que todos os membros tenham acesso às informações que são compartilhadas, seja com finalidades lúdicas, seja com objetivos laborais ou educativos. No entanto, mesmo que em alguns desses grupos haja regras explícitas quanto ao que pode ou não ser postado, alguns usuários chegam a ultrapassar o limite do tolerável e se tornam inconvenientes por conta da falta de limites com relação ao que é dito e/ou compartilhado.

Munidos da ideia de que todos têm direito a expressar suas ideias, tais pessoas geralmente se esquecem de que seus direitos pessoais devem sempre fazer limite com os direitos dos próximos, pois ninguém é obrigado a compartilhar dos mesmos gostos e opiniões dos demais e até mesmo a noção de que é preciso aceitar as diferenças e ser tolerante com as atitudes alheias perdem sentido diante de algumas atitudes que merecem repreensão.

Se o cidadão ou cidadã aprecia ver cenas de estupros, decapitações, linchamentos, homicídios, sexo explícito, nudez, pedofilia, maus tratos a animais, correntes religiosas, violências em diversos níveis, acidentes, dissecação de cadáveres e imagens escatológicas deve lembrar-se de que há pessoas que não comungam do mesmo gosto e que devem ser respeitadas em seus direitos de não receberem tais vídeos, áudios e fotos. Em caso de compartilhamento em grupos criados especificamente para esses fins os únicos obstáculos são de origem legal, já que, pelo menos em teoria, todos os membros têm os mesmos objetivos.

Contudo não é muito agradável quando, ao acessar o ícone de um determinado grupo que tenha uma finalidade específica, a pessoa se depara com postagens que destoam do objetivo daquela comunidade. O que se percebe é que o bom senso parece não ter seguido a mesma linha de progresso que tiveram os aspectos tecnológicos. Desse modo algumas pessoas têm investido pesadamente na compra dos melhores aparelhos, mas não investiram no aprimoramento dos bons modos interpessoais.

Então, antes e postar ou compartilhar algo em qualquer um dos grupos dos quais fazemos parte, é importante mergulhar nas serenas águas do bom senso.

 


domingo, 10 de agosto de 2025

A SAÚDE MENTAL DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO

 Novos artigos de segunda #44

Imagem criada com auxílio de Inteligência Artificial

A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 

José Neres 


Estou na docência desde 1991. De lá para cá são quase três décadas e meia de sala de aula e algo que sempre me deixou preocupado é a saúde mental das pessoas que trabalham na Educação.

Para quem não vive as rotinas de uma escola, a vida do professor e dos demais atores envolvidos com a Educação parece ser algo fácil: “basta dar a aula ou executar algumas tarefas burocráticas e ir embora”. “Os sortudos ainda contam com duas férias por ano”. Mas a realidade não é bem assim.

Existe toda uma dinâmica invisível, que vai além da sala de aula, dos corredores e dos muros de uma instituição de ensino, e que pode levar esses profissionais a um adoecimento físico e mental. Não se trata apenas do esperado cansaço após uma jornada de trabalho, muita vezes em condições adversas, da exposição a ruídos que extrapolam os limites recomendados, do esforço repetitivo diante de um quadro, da vista cansada após uma exaustiva sessão de correção de provas e trabalho ou da certeza de uma remuneração que está muito aquém do esforço despendido. Há outras situações que nem sempre são percebidas por quem não está a par dessa realidade.

Constantemente, vejo colegas com o olhar perdido no horizonte e com as marcas da desesperança estampadas até mesmo nas mais sutis palavras e nos  movimentos involuntários. A angústia tornou-se  parte do uniforme de muitos educadores.

Esses profissionais vivem em constante estado de insegurança. A violência, que antes era apenas tema de algumas aulas, há muito tempo já invadiu o ambiente escolar e tem deixado marcas físicas e psicológicas em suas vítimas, conforme pode ser visto em reportagens e depoimentos que são compartilhados e reproduzidos à exaustão.

Muitos professores e demais funcionários vivem a angústia de não poderem projetar nem mesmo um futuro próximo, pois trabalham assombrados pelo fantasma da dispensa ou de alguma remoção para um lugar afastado do seu perímetro de atuação.

Praticamente todos já perceberam que não têm voz nem vez, pois as decisões são tomadas sem a participação de significativa parte da comunidade escolar. Resta então obedecer ao que foi determinado, de preferência sem questionamentos, pois questionar nem sempre é interpretado como uma tentativa de ajudar a compor um cenário mais democrático, mas sim como uma afronta a uma ordem de quem se julga superior aos próprios colegas. Muitos, então, optam pelo silenciamento das próprias ideias. E isso não traz bons resultados.

Há ainda o caso dos profissionais que recebem tarefas para as quais não foram preparados. Diante da angústia de não poderem executar as atividades da forma que desejariam e, muitas vezes, pressionadas por todos os lados, essas pessoas acabam substituindo o prazer do trabalho por crises de ansiedade ou mesmo por constantes episódios de Burnout, o que geralmente culmina com picos de estresse, desânimo, esgotamento físico, sensação de fracasso e até alteração nas funções básicas do organismo.

Constantemente, escuto colegas dizendo que estão arrependidos da profissão que escolheram ou, pior ainda, abusando de medicamentos, muitas vezes sem acompanhamento profissional. Há também casos daqueles que se entregam a drogas lícitas e ilícitas e ao vício de jogos, o que acaba piorando a saúde mental desses trabalhadores.

Em 2010 escrevi um artigo intitulado “O Do(c)ente” tratando sobre o assunto. De lá para cá parece que nada mudou, ou melhor dizendo, o pouco mudou parece que foi para pior. De lá para cá, tenho sempre tratado do assunto, buscando compreender as causas e as consequências desse fato incontestável, mas que nem sempre é discutido nas chamadas formações e nas reuniões.

Parece que a saúde mental dos profissionais da Educação é um mais um daqueles assuntos que são constantemente varridos para debaixo de um tapete de ilusões.



Leia outro artigo sobre o assunto clincando aqui


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

EIS TUDO ERRADO

 Tem dúvida? 

Pegue seu aparelho celular, aponte a câmera para a equação que seu professor deixou no quadro. Vale Nota! Espere alguns segundos e... eis o resultado e todas as etapas do processo.

E se for para traduzir? para que perder seu precioso tempinho aprendendo regrinhas gramaticais de outro idioma?

Basta apontar a câmera do celular e, com pouquíssimo esforço, você terá um texto traduzido nas mais variadas línguas... Basta agora copiar...

E o bom é que isso pode servir para qualquer disciplina, qualquer assunto!!!

Parabéns! 

Você tirará boas notas nas atividades, passará de ano, poderá até mesmo ganhar um diploma de melhor aluno das escola.

Mas, com certeza, aprenderá quase nada ou nada... talvez!




OS TRILHOS DO PINDARÉ

  Minha homenagem à cidade e Alto Alegre do Pindaré  OS TRILHOS DO PINDARÉ  (José Neres) Segue o destino no trilho do trem Sempre adiante. S...