O homenageado de hoje é o grande polígrafo Josué Montello (1917-2006), autor de mais de uma centena de obras, entre elas "Os tambores de São Luís", "Cais da Sagração" e "Noite sobre Alcântara"
JOSUÉ MONTELLO
José Neres
(Para Joseane Souza)
José Neres
(Para Joseane Souza)
Não importa se é abril, março, agosto…
Os tambores tornam tudo mais belo…
Ventos e brisas dedilham o rosto
Da menina sob o sol amarelo.
Lá no Cais da Sagração, em seu posto,
Grande pescador amola o cutelo…
Tantas marcas no rosto de desgosto,
Tantos sonhos em desfeito castelo…
Andando, aquele velho sente o gosto
De tão longo viver sem paralelo
E vê proibido amor pagando imposto
Por serem moças em um proibido elo…
Eis, então, quadro muito bem composto
Pela pena de Josué Montello.
Sim, temos grandes escritores. Poetas, romancistas, contistas. Você na poesia de José Neres um primor. Quanto ao Josué Montello, toda vez que olho seus livros, e constato que nunca ganhamos um prêmio Nobel de Literatura por pura birraça dos soberbos acadêmicos europeus.
ResponderExcluirConcordo com essa história do Nobel, nobre irmão. Abraço e um belo 2025 para todos nós!
ExcluirBelo poema, professor! O Josué consegue encantar seus leitores logo nas primeiras páginas de seus romances.
ResponderExcluirMontello era muito talentoso
ExcluirBelo soneto, meu amigo Neres, em homenagem a um grande homem e imenso escritor, que tive a alegria e a honra de conhecer pessoalmente. A uma erudição hiperbólica, um talento extremo pra contar histórias, agregava a delicadeza no trato, a acolhida gentil e atenciosa de um verdadeiro homem de letras.
ResponderExcluirViriato Gaspar
Muito obrigado, amável poeta e amigo Viriato Gaspar.
ExcluirObrigado, amigo Viriato Gaspar. Não tive a honra de conviver com Montello. Apenas o vi uma ou duas vezes, mas o legado que ele deixou é imenso.
Excluir