segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

VOLTA ÀS AULAS

 NOVOS ARTIGOS DE SEGUNDA #19

Imagem criada com auxílio de Inteligência Artificial


DE VOLTA ÀS AULAS

(José Neres)

 

Hoje muitos alunos das escolas públicas do Maranhão (e de boa parte do Brasil) retornam às aulas.

 Para alguns, esse é um momento de plena alegria. É a oportunidade de poder pelo menos sonhar com um futuro melhor, lastreado pelos conhecimentos adquiridos ao longo das centenas de aulas que serão ministradas. Para estes, a escola ainda é vista como uma tábua de salvação contra a pobreza, a ignorância, a marginalização e os diversos perigos que assombram e ameaçam nossos jovens.

 Para outros, no entanto, voltar para a sala de aula pode ser visto como uma inexplicável sessão de tortura física e mental. Para os componentes desse grupo, estudar é algo sem sentido e muitos só voltarão para a escola motivados pelos recursos pecuniários que irão receber a partir de programas estatais. Mesmo assim, irão movidos também pelas pressões familiares, pois sem a comprovação de presença os benefícios serão cancelados.

Claro que nem todos os estudantes voltarão para a escola nesta segunda-feira. Alguns prolongarão as férias por mais alguns dias ou semanas. E acharão essa procrastinação normal e até necessária.

Mas, quando voltar para a sala de aula, mesmo os alunos mais distraídos perceberão algumas mudanças.

Perceberão que os estudos relativos à língua e à cultura espanhola fazem parte do passado, pois alguém decidiu que os alunos não precisam estudar o idioma de nossos vizinhos. Em um evidente retrocesso educacional, algum “gênio” com uma poderosa caneta na mão resolveu negar aos alunos a oportunidade de ter pelo menos os rudimentos de uma língua tão importante quanto a espanhola. Já falamos sobre isso em outro artigo. (Caso queira ler, clique aqui)

Perceberão que o já minguado horário destinado à leitura e à produção de texto desapareceu. Não há motivos para comemoração. Os conteúdos relativos à produção textual foram encampados pelas aulas de Língua Portuguesa. Ou seja, se com quatro horários os professores já encontravam dificuldades em cumprir toda a extensa programação, agora terão que destinar pelo menos um quarto da carga horária para fazer algo que já era deficitário por si mesmo. Brevemente, colheremos os resultados desse desajuste. Se a intenção é tirar oportunidade dos alunos, o caminho está correto.

Perceberão que os aparelhos de telefonia móvel – celulares – foram banidos das salas de aula, podendo serem utilizados somente em casos específicos e quando houver necessidade pedagógica. Claro que alguns alunos (e professores também) viverão uma síndrome de abstinência, outros se revoltarão e praticamente todos irão aventar alguma possiblidade de burlar a nova regra. Vamos esperar para ver os resultados de mais uma lei que tem tudo para ser bela no papel, mas de aplicação problemática.

Perceberão que algumas disciplinas tiveram a carga horária alterada (para mais ou para menos), que alguns componentes foram aglutinados e que outros aparecem como verdadeiras novidades. Mas é preciso ir para a aula para conhecer tais mudanças.

De qualquer forma, mesmo diante de certas inconsistências proporcionadas por quem vê a Educação apenas com uma fonte de dados estatísticos, voltar para as salas de aula é uma experiência de vital importância para quem sabe que estudar é uma das formas mais dignas de lutar por um futuro melhor

Boas aulas a todos!.


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