NOVOS ARTIGOS DE SEGUNDA #19
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Imagem criada com auxílio de Inteligência Artificial |
DE VOLTA ÀS AULAS
(José Neres)
Hoje muitos
alunos das escolas públicas do Maranhão (e de boa parte do Brasil) retornam às
aulas.
Para alguns,
esse é um momento de plena alegria. É a oportunidade de poder pelo menos sonhar
com um futuro melhor, lastreado pelos conhecimentos adquiridos ao longo das
centenas de aulas que serão ministradas. Para estes, a escola ainda é vista
como uma tábua de salvação contra a pobreza, a ignorância, a marginalização e
os diversos perigos que assombram e ameaçam nossos jovens.
Para outros,
no entanto, voltar para a sala de aula pode ser visto como uma inexplicável
sessão de tortura física e mental. Para os componentes desse grupo, estudar é
algo sem sentido e muitos só voltarão para a escola motivados pelos recursos
pecuniários que irão receber a partir de programas estatais. Mesmo assim, irão
movidos também pelas pressões familiares, pois sem a comprovação de presença os
benefícios serão cancelados.
Claro que
nem todos os estudantes voltarão para a escola nesta segunda-feira. Alguns prolongarão
as férias por mais alguns dias ou semanas. E acharão essa procrastinação normal
e até necessária.
Mas, quando
voltar para a sala de aula, mesmo os alunos mais distraídos perceberão algumas mudanças.
Perceberão que os estudos relativos à língua e à cultura espanhola fazem parte do passado, pois alguém decidiu que os alunos não precisam estudar o idioma de nossos vizinhos. Em um evidente retrocesso educacional, algum “gênio” com uma poderosa caneta na mão resolveu negar aos alunos a oportunidade de ter pelo menos os rudimentos de uma língua tão importante quanto a espanhola. Já falamos sobre isso em outro artigo. (Caso queira ler, clique aqui)
Perceberão que o já minguado horário destinado à leitura e à produção de texto desapareceu. Não há motivos para comemoração. Os conteúdos relativos à produção textual foram encampados pelas aulas de Língua Portuguesa. Ou seja, se com quatro horários os professores já encontravam dificuldades em cumprir toda a extensa programação, agora terão que destinar pelo menos um quarto da carga horária para fazer algo que já era deficitário por si mesmo. Brevemente, colheremos os resultados desse desajuste. Se a intenção é tirar oportunidade dos alunos, o caminho está correto.
Perceberão
que os aparelhos de telefonia móvel – celulares – foram banidos das salas de
aula, podendo serem utilizados somente em casos específicos e quando houver necessidade
pedagógica. Claro que alguns alunos (e professores também) viverão uma síndrome de abstinência, outros se
revoltarão e praticamente todos irão aventar alguma possiblidade de burlar a
nova regra. Vamos esperar para ver os resultados de mais uma lei que tem tudo
para ser bela no papel, mas de aplicação problemática.
Perceberão
que algumas disciplinas tiveram a carga horária alterada (para mais ou para
menos), que alguns componentes foram aglutinados e que outros aparecem como
verdadeiras novidades. Mas é preciso ir para a aula para conhecer tais
mudanças.
De
qualquer forma, mesmo diante de certas inconsistências proporcionadas por quem
vê a Educação apenas com uma fonte de dados estatísticos, voltar para as salas
de aula é uma experiência de vital importância para quem sabe que estudar é uma
das formas mais dignas de lutar por um futuro melhor
Boas aulas a todos!.
Um excelente artigo, gostei muito👏
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirMuito bom!
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirMestre Neres, sempre preciso e coerente em seus artigos.
ResponderExcluirObrigado! Abraços!
ExcluirCertamente, muitos retrocessos e desafios estarão presentes, escritor José Neres! Parabéns pela clareza do artigo!
ResponderExcluirSempre gostei da sua Objetividade.
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